Três dias.
Três dias movendo-se pela floresta como fantasmas, parando apenas quando absolutamente necessário, comendo o pouco que encontravam ou caçavam. O veículo tinha sido abandonado no segundo dia, quando o combustível acabou e o terreno ficou irregular demais para continuar.
Agora caminhavam.
Aria sentia cada músculo do corpo gritar. Os pés estavam cobertos de bolhas, as roupas rasgadas por galhos, o rosto sujo de terra e suor. Mas ela não reclamou. Não podia. Não quando via os híbridos ao seu redor — feridos, exaustos, mas ainda avançando.
Lira caminhava ao seu lado, os movimentos fluidos mesmo na exaustão. De vez em quando, ela apontava para plantas comestíveis ou rastros de animais, ensinando Aria a ler a floresta como quem lê um livro.
— Você está indo bem. — Lira disse, oferecendo um meio sorriso. — Para alguém que passou a vida em laboratório.
Aria soltou um riso cansado.
— Meus pés discordam.
— Todos os nossos discordam. — Lira olhou para frente, onde Kael l