CAPÍTULO 29 – PRESENÇAS QUE SE INSTALAM (Ana, William, Dafne e Theo)
ANA
Dafne passou a fazer parte da casa como se sempre tivesse estado ali.
Não foi brusco.
Não foi imposto.
Foi sutil.
Ela chegava pela manhã com um sorriso calmo, perguntava se William já havia tomado café, comentava sobre o clima, elogiava a organização da casa. Nada exagerado. Nada invasivo.
Mas constante.
— Bom dia, Ana Clara — dizia sempre, educada demais para ser ignorada. — Dormiu bem?
— Sim — respondia, curta.
Ela observava. Sempre observava.
Enquanto eu ajudava Theo a se vestir, Dafne aparecia na porta do quarto, apoiada no batente.
— Ele prefere a blusa azul — comentava, como quem conhece o hábito. — O pai dele sempre gostou dessa cor.
Theo franzia a testa.
— Eu gosto da vermelha.
Ela sorria.
— Claro, querido. Só achei que talvez hoje…
E William, quando passava pelo corredor, via apenas uma mulher interessada no bem-estar do filho.
Não via o detalhe.
Nunca vê.
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WILLIAM
Ter Dafne por