Mundo ficciónIniciar sesiónChristopher Miller tinha tudo: riqueza, poder e o destino traçado para herdar um império. Exausto das cobranças implacáveis de sua família, ele buscou refúgio na casa de seu tio, onde uma reviravolta inesperada mudaria sua vida. Foi lá que ele viu Âmbar pela primeira vez - uma jovem linda e gentil, mas marcada por cicatrizes emocionais de uma vida de humilhações e rejeição. Âmbar sempre foi invisível para o mundo, julgada e ridicularizada por estar fora dos padrões. Ainda assim, ela guardava no coração o desejo de ser amada por quem era de verdade. Quando Christopher entrou em sua vida, ela finalmente experimentou o amor que sempre buscou. Mas a felicidade foi breve. Separados por intrigas e traições, Christopher e Âmber seguiram caminhos diferentes. Dez anos depois, ele é um CEO frio e poderoso; ela, a dona de um clube de sexo exclusivo, onde comanda seu próprio universo. Apesar das vidas transformadas, o fogo do amor e da mágoa ainda queima intensamente em seus corações. Quando o destino os coloca frente a frente novamente, segredos do passado, vinganças e paixões se misturam. Será que o amor que os uniu uma vez será forte o suficiente para superar as feridas do tempo e os fantasmas que ainda os perseguem? Obs.: livro erótico e para maiores de 18 anos. Contém cenas descritas de sexo, violência física e verbal, bulimia e tentativa de assassinato.
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Âmbar
O vento frio da noite bagunçava meu cabelo enquanto eu me encostava no parapeito da varanda. A madeira áspera rangia sob o peso do meu corpo, mas eu não me importava. Ao longe, as risadas das crianças brincando ecoavam pela rua, altas, cheias de vida. Fechei os olhos por um momento, tentando me agarrar àquela alegria, mas tudo o que ela trouxe foi um aperto no peito.
Sempre soube que não era a filha favorita. Minha mãe, com seus olhos frios e olhar crítico, fazia questão de me lembrar disso a cada oportunidade. “Por que você não pode ser mais como sua irmã?” A pergunta pairava em minha mente, como um eco que nunca se dissipava, cada palavra gravada em minha memória como uma cicatriz.
Aysha era perfeita. O tipo de beleza que parecia saída de um conto de fadas: cabelos loiros que brilhavam ao sol, olhos azuis que prendiam a atenção de qualquer um, um sorriso capaz de desarmar até o mais severo dos olhares. Ela caminhava como se o mundo inteiro tivesse sido feito para admirá-la, e todos – meus pais, meus irmãos, até mesmo os estranhos – pareciam concordar.
Eu, por outro lado, era um contraste gritante. Meu cabelo ruivo chamava a atenção pelos motivos errados, e meu corpo, com curvas exageradas demais para a minha idade, era motivo de olhares de reprovação e comentários maldosos. Parecia que eu era apenas uma sombra, um erro que todos toleravam porque não havia outra escolha.
O peso das comparações era esmagador. Em casa, Aysha era tratada como o sol que aquecia o dia, enquanto eu não passava de um incômodo. Suas vitórias eram celebradas como se fossem conquistas de toda a família, enquanto minhas pequenas tentativas eram ignoradas ou, pior, criticadas. Quando ela errava – e isso acontecia raramente –, minha mãe dava um sorriso indulgente e dizia algo como: “Ninguém é perfeito, não é mesmo?” Mas, se eu tropeçava, as críticas vinham rápidas, afiadas como lâminas, me lembrando de que eu nunca seria suficiente.
Basta fechar os olhos que logo lembranças que me doem vêm à minha mente.
— Âmbar, você poderia se esforçar um pouco mais? — disse minha mãe, com um olhar que só transbordava desaprovação. — Olhe para sua irmã. Ela é tão organizada e dedicada. Linda, uma verdadeira princesa, enquanto você...
Seu tom de nojo me atingia como uma bofetada.
— Mãe, eu só estou tentando ajudar — respondi, esforçando-me para manter a voz firme, mesmo que a insegurança já tivesse se infiltrado.
— Tentar não é suficiente! Por que você não pode ser mais como Aysha? Que droga, como pude ter uma filha tão imprestável, feia e gorda como você? — disparou, raivosa, e senti o peso de suas palavras como um soco no estômago.
Foi então que Aysha entrou na cozinha, com seu cabelo loiro reluzindo sob a luz.
— Olha quem resolveu cozinhar! — ela debochou, olhando para mim com desdém. — Sabe que queimar água não conta como "ajuda", né, Fiona?
— Melhor você ir para o seu quarto e deixar que sua irmã termine de decorar o bolo — acrescentou minha mãe. — Assim evitamos o risco de você comer tudo antes da hora.
As duas riram, e eu saí correndo da cozinha, já incapaz de conter as lágrimas. Tapei a boca com a mão para evitar o soluço. Na sala, meu pai apenas balançou a cabeça com desdém.
— Pare de correr, Âmbar, ou você vai acabar se machucando. E eu não trabalho para gastar meu dinheiro com você e seus desastres. — Murmurou, como se minha dor fosse insignificante, um incômodo qualquer.
Corri para o quarto e tranquei a porta. Só saí quando chegou a hora de cantar os parabéns para Adam e Ash, meus irmãos mais velhos, no aniversário deles.
O som das risadas infantis ao longe cresceu, misturando-se com o burburinho da televisão que vinha de dentro de casa. Aysha provavelmente estava no sofá, cercada por meus pais, todos rindo de alguma piada boba que ela fez. Era assim que sempre acontecia: enquanto ela brilhava no centro da atenção, eu ficava à margem, invisível.
Por que você não pode ser mais como Aysha? Virou uma frase tão rotineira quanto o café da manhã. Cada palavra dela era um golpe que me fazia sentir cada vez menor. Às vezes, me questionava se algum dia escaparia daquela vida sufocante. Ser amada, ser vista por quem realmente sou, parecia um sonho inalcançável, uma miragem distante.
Olhava-me no espelho e desejava que as coisas fossem diferentes. Em meu íntimo, ansiava por um lugar onde pudesse ser apenas eu mesma, onde não existissem apelidos cruéis nem comparações. Prometi a mim mesma que um dia teria minha chance de brilhar, de ser vista por quem realmente sou. Um dia, tudo mudaria. Mas, por enquanto, tudo o que eu queria era escapar, nem que fosse só por alguns instantes, da dor que me cercava.
YanaEntrei no meu carro ao chegar à garagem e coloquei o cinto de segurança.Respirei fundo e o liguei.— Vamos lá, Alana. Uma vida nova.Liguei o som do carro e fui curtindo minhas músicas preferidas até chegar à empresa onde seria minha entrevista.O trânsito estava calmo, então logo cheguei ao meu destino.Parei meu carro no estacionamento da empresa, desliguei-o, peguei minha bolsa e desci do automóvel.Conferi o endereço, mas sabia que era aqui a entrevista, e fiquei maravilhada com a beleza do lugar. Cumprimentei os seguranças e entrei.— Olá, bom dia! Eu vim para a entrevista para o cargo de secretária da presidência. — Sorri para a recepcionista.— Oi! Bom dia! A entrevista é no último andar. Ela será feita pelo presidente mesmo. — Sorriu gentil.— Obrigada! — agradeci e fui em direção aos elevadores.— Bom dia! — um homem muito bonito me cumprimentou, me assustando e quase me fazendo cair.Suas mãos grandes e fortes seguraram minha cintura, evitando a minha queda.— Céus! —
YanaEntrei no meu carro ao chegar à garagem e coloquei o cinto de segurança.Respirei fundo e o liguei.— Vamos lá, Alana. Uma vida nova.Liguei o som do carro e fui curtindo minhas músicas preferidas até chegar à empresa onde seria minha entrevista.O trânsito estava calmo, então logo cheguei ao meu destino.Parei meu carro no estacionamento da empresa, desliguei-o, peguei minha bolsa e desci do automóvel.Conferi o endereço, mas sabia que era aqui a entrevista, e fiquei maravilhada com a beleza do lugar. Cumprimentei os seguranças e entrei.— Olá, bom dia! Eu vim para a entrevista para o cargo de secretária da presidência. — Sorri para a recepcionista.— Oi! Bom dia! A entrevista é no último andar. Ela será feita pelo presidente mesmo. — Sorriu gentil.— Obrigada! — agradeci e fui em direção aos elevadores.— Bom dia! — um homem muito bonito me cumprimentou, me assustando e quase me fazendo cair.Suas mãos grandes e fortes seguraram minha cintura, evitando a minha queda.— Céus! —
YanaAnos antes...Terminei de pentear o cabelo e o prendi em um coque alto.— Minha franja já está bem grande — resmunguei tocando o cabelo que estava quase sobre meus olhos.Eu não gostava dela de fato, pois me deixava com cara de menina e não combinava comigo, mas era necessário para a pessoa que eu sou hoje. Estar o mais diferente possível do meu antes era essencial para a minha proteção.Passei a mão pelas minhas roupas e soltei um suspiro. Às vezes ter que fingir ser quem não era era difícil. Eu queria poder usar roupas mais descoladas, me sentir bonita dentro das roupas como as outras mulheres; contudo, isso iria trazer olhares indesejados para o meu corpo e isso acabaria desencadeando traumas que luto há anos para superar.Após conferir estar bem apresentável, apesar da roupa que não me valorizava em nada, eu peguei minha bolsa e saí do meu quarto. Ao chegar na sala, fui presenteada com o cheirinho maravilhoso de café e bacon.Andei até a cozinha e encontrei minha tia no fogão
YanaAnos depois...Ouvi o som da porta se fechando e sabia que era meu pai que acabara de chegar.Ele havia me dito por telefone que chegaria hoje de viagem.Eu não sabia em que meu pai trabalhava, apenas que ele fazia entregas.Eu o amava muito e ele sempre me tratou como seu bem mais precioso. Ao invés da minha mãe, que só me machucava, me batia e falava coisas horríveis por eu ser gordinha, meu pai me amava, cuidava e protegia.Quando ele viajava a trabalho, eu contava os dias para ele voltar, pois com ele em casa minha mãe não me maltratava. Meu pai jamais permitiria isso.— Papaiiii — eu gritei e corri para seus braços assim que desci as escadas da nossa casa.— Minha princesinha — falou me enchendo de beijos. — Como está a menina mais linda desse mundo? — perguntou apertando meu nariz.— Estou bem, papai. O senhor demorou dessa vez — resmunguei, torcendo o lábio.Ele me pôs no chão.— Tive que fazer uma entrega em outra cidade. Trouxe chocolates para você.— Obaaaa. — Comemorei
Âmbar.Meses depois.Fecho os olhos e as lembranças dos últimos anos me inundam como um turbilhão de emoções. Há dois meses, fui sequestrada e quase morta pelo primo insano do meu marido. Kevin me encontrou na saída do Spar, onde eu me preparava com Yana, minha amiga e uma das madrinhas do meu casamento. Ele me levou para meu clube, com a intenção clara de me matar. Foram horas de terror. A cada segundo, eu sentia que meu fim estava próximo.Enquanto ele me mantinha sob seu poder, chorei. Chorei por tudo o que deixaria para trás, por quem eu amava e pela culpa de não ter vivido mais ao lado de Christopher. Kevin era um homem perturbado, e seus atos só confirmaram sua insanidade.Em vários momentos, temi o pior. O medo de ser violentada era constante, mas, graças a Deus, isso não aconteceu. Mesmo assim, ele me deixou vulnerável, despida, e o toque de suas mãos imundas ainda ecoa em minha memória como a pior sensação que já experimentei.Quando Christopher chegou para me resgatar com Br
Âmbar.A primeira semana depois do meu sequestro foi a pior.As luzes me incomodavam. O toque me irritava. À noite, o sono vinha em pedaços, interrompido por imagens que meu corpo lembrava antes que minha mente pudesse impedir. O cheiro da fita adesiva na minha boca. O som da arma sendo engatilhada. A risada doentia dele. Tudo ainda estava presente demais para que eu fingisse que tinha passado.Christopher ficou o tempo todo ao meu lado, mas nunca forçou nada. Ele não me perguntava como eu me sentia. Não me pedia que reagisse. Só estava ali, com silêncio, chá quente e abraços quando eu precisava. Às vezes, só sua respiração perto de mim era o suficiente para manter os cacos no lugar.Ruth desenhava o tempo todo. Me entregava corações, flores e até desenhos do nosso casamento. "Para quando você melhorar, mamãe", dizia. Eu sorria, mesmo quando doía.Na segunda semana, saí de casa pela primeira vez. Fui até a nova Luxury. Bruce me recebeu com cuidado e respeito. O lugar ainda cheirava a
Último capítulo