Capítulo 192
Luca Black
Foram perguntas e respostas arrancadas pelos ossos. Falou desse Frederico que até imagino quem seja. Um depósito no porto. Um homem de olhos frios que pagava por afazeres sujos. Cada palavra acendeu um ponto da investigação que eu já começava a montar na cabeça — lista de nomes, endereços, vínculos. Mas antes de ir à caça, tínhamos que esvaziar a raiva. Mostrar o preço do que ele fez.
— Não me matem! Por favor!
— A morte é pouco, filho da puta! — Derrick gritou e o chutou. Chutou muito.
Percorremos as lições que aquele mundo entende: humilhação, medo, dor. Eu forcei-o a rastejar — queria que sentisse o chão sob as mãos, que aprendesse o cheiro da derrota. Rastejou, gemendo, e nós o empurramos até o portão, para que a humilhação ficasse cravada na pele.
— Rasteja! Quero ver você rastejar! — berrei, e o som foi aceito pela terra como promessa.
Ele tentou levantar, mas as pernas não obedeciam pelos tiros que levou.
— Vai Porra! Rasteja