Ela é obrigada a casar com um homem que nunca viu, acredita realmente que pode ser sua chance de ter uma vida feliz e esquecer o inferno que viveu nesses últimos dez anos em que viveu sobre a tutela dos seus tios. Mas não sabia que estava sendo entregue a uma fera, o milionário que vivia recluso na montanha escondendo de todos o seu rosto deformado. Ele precisa de um herdeiro e sabia que ninguém se apaixonaria por alguém como ele, um monstro por dentro e por fora, mas está disposto a pagar uma mulher para se casar e ter o seu filho. Só não esperava que fossem lhe mandar uma garota inocente, linda e tão doce que seria capaz de despertar seu coração.
Ler maisSophie
Eu já estava pronta, enquanto esperava meu tio Charles conversando com o seu advogado, ficava olhando meu primo brincando do lado de fora da casa, Louis corria gritando e rindo com os amigos que eu não conhecia, fazia muito tempo que eu não os via, meu pai tinha brigado com tio Charles e mesmo ele sendo irmão da mamãe nunca mais nos vimos.
Estava ali sendo entregue ao tio Charles, para que ele fosse meu guardião até eu completar vinte e um anos. E tudo isso porque meus pais tinham morrido em um acidente de barco. Era difícil acreditar que eles haviam partido para sempre, há uma semana eles tinham saído de férias para a Europa, pra comemorar o aniversário de casamento e eu fiquei com minha babá.
Eles achavam que eu ainda não entendia o que estava acontecendo ali, o porquê me levaram pra casa do meu tio, mas eu tinha escutado as conversas, uma criança de nove anos escuta muita coisa, disso eu tenho certeza.
— Sophie querida, você tem que comer um pouco. — minha babá chegou insistindo pela decima vez para que eu comesse, mas eu detestava peixe e tudo o que tinha para o almoço era frutos do mar.
— Porque meus pais tinham que morrer, Jenny?
— Ai minha querida, eu lamento muito pelo que aconteceu aos seus pais. Mas foi um acidente e acidentes acontecem, isso pode acontecer com qualquer um. — ela tentou me confortar, mas não conseguiu.
— Mas não aconteceu com qualquer um, aconteceu comigo.
— Você ainda é uma menina de muita sorte, seu tio Charles vai cuidar de você agora, até que possa tomar conta das empresas do seu pai. — eu queria gritar, dizer que não queria meu tio, queria meus pais, mas ao invés disso baixei a cabeça concordando com ela.
Eu não tinha muitas lembranças do tio Charles, ou do porque o filho dele não chamava a tia Magie de mãe, mas agora teríamos que aprender a conviver já que eu estaria presa ali.
— Querida, porque não vai brincar com seu primo? — ergui a cabeça olhando pra ela novamente. — Talvez você aprenda a gostar daqui.
Eu duvidava muito, mas para ser uma boa menina como ela tinha repetido várias vezes eu me levantei e fui até o gramado. Eles estavam atirando uma bola de futebol americano, que caiu bem perto de onde eu estava.
— J**a a bola pirralha! — um dos meninos que estavam com meu primo gritou sorrindo.
— Posso brincar com vocês? — perguntei acanhada quando peguei a bola, estava tentando como Jenny falou, tudo começa com um primeiro passo.
— Não! Porque você é menina e meninas são chatas e fracas! — foi meu primo que gritou enquanto seu amigo correu até onde eu estava.
— Vai brincar de bonecas sua idiota! — ele puxou a bola das minhas mãos com força e por pouco eu não parti pra bater nele.
Os outros começaram a rir e no mesmo instante eu corri para os braços de Jenny, me escondendo no único lugar que ainda era familiar para mim.
Mas ali era só o começo do meu inferno pessoal, o começo do meu tormento.
Patrick
Estava terminando de arrumar minha gravata borboleta quando Cris surgiu atrás de mim no reflexo do espelho.
— Você tem certeza que quer fazer isso? Ainda posso te ajudar a fugir cara, de verdade, tenho um carro nos fundo só esperando sua ordem e te tiramos daqui.
Empurrei meu melhor amigo pra longe dando risada de sua insistência em me fazer desistir do casamento.
— Emily é a melhor garota que eu podia conhecer, linda, rica, gostosa, vem de uma boa família como a minha. O que mais eu podia querer?
— Sei lá cara, quem sabe esperar uns dez anos mais? Você só tem vinte e cinco anos, tem uma vida toda pela frente!
— Uma vida que eu quero dividir com a mulher mais perfeita que eu conheci. — ele revirou os olhos se afastando e eu não consegui deixar de rir da expressão idiota em seu rosto. — Um dia você vai entender Cris, te garanto.
Ele fez o sinal da cruz se afastando em busca das alianças, que estavam na cômoda.
— Te garanto que isso não vai acontecer. Mas não vou mais insistir que fuja dessa loucura enquanto é tempo, já que você está meloso de mais pro meu gosto, vai acabar dizendo mais bobagens românticas.
Me voltei para a janela encarando as pessoas no jardim, tudo ali tinha sido escolha da minha futura esposa, ela não pediu minha opinião em nada, mas acredito que todas as mulheres são assim, afinal é o dia delas.
Nunca imaginei que poderia ser tão feliz, não até esse dia, até o momento em que colocaria o anel no dedo dela e declararia para o mundo que ela é só minha!
— Vamos, está na hora. — foi a voz do meu pai que invadiu o quarto me tirando do transe. — Ainda está certo disso filho? Tenho certeza que ela ainda te esperaria daqui há um ano ou mais.
— Até você pai? — perguntei conferindo minha aparência uma última vez no espelho. — Estou mais do que certo, ela é a mulher que eu amo e não quero perder mais nenhum dia sem tê-la como minha mulher.
Eu só não tinha ideia que estava cometendo o maior erro da minha vida naquele dia.
Quando cheguei naquela casa não imaginei que em tão pouco tempo eu teria tudo aquilo, amigos, família, um marido amoroso e dois filhos lindos. Mas olhando para minha vida agora isso era o que eu tinha e estava mais do que feliz com isso.Estava ansiosa para o batismo dos gêmeos hoje, por isso tinha acordado antes de Patrick para me arrumar, não queria nenhum atraso hoje, o dia tinha que ser perfeito.Me encarei no espelho enquanto prendia os fechos da cinta, desde o parto eu vinha usando uma daquelas porque tudo parecia estar fora do lugar. Eu sabia que era esperado isso, o corpo estava tentando se adaptar a nova vida, mas a verdade é que eu me sentia horrível quando me olhava no espelho.Depois da minha barriga ter esticado tanto durante a gravidez e estrias, celulites, e agora toda a flacidez, a última coisa que eu me sentia era bonita. Por isso não deixava Patrick chegar perto de mim, aquele não era o corpo que ele estava acostumado, não era nem mesmo o que eu estava acostumada, e
Eu nunca pensei que seria pai de novo na vida e grande parte de todo o ódio que deixei crescer dentro de mim foi por ter perdido meu menino, mas a cada segundo que eu passava olhando meus filhos, cada vez que os segurava em meus braços, que ouvia os choros deles, sentia como se meu mundo se refizesse, totalmente ao redor dos dois.— Vai ficar babando neles a noite toda? — meu pai perguntou, eu tinha estado tão concentrado nos gêmeos no berço que nem me dei conta dele ali.— Vai dizer que você não ficaria no meu lugar?— Claro que ficaria, porque acha que quero que você saia daqui? É a vez do avô ficar velando o sono deles.Soltei uma risada baixa, tomando cuidado para não acordar nenhum dos dois, ou Sophie ia me matar com toda certeza.— Dá pra acreditar que já passou três meses que eles nasceram? Pra mim foi ontem. — amanhã já era dia do batismo dos dois e eu ainda sentia como se não tivesse passado nenhum dia desde o nascimento.— Ah meu filho, você vai se sentir do mesmo jeito quan
Acordei sentindo uma contração, estava me acostumando com isso, nas últimas semanas eu fui para o hospital algumas vezes, mas no fim tinham sido apenas contrações falsas, nossos bebês não estavam prontos para sair.Me virei olhando para Patrick dormindo profundamente ao meu lado com a mão sobre minha barriga, aquilo me tirou um sorriso. Não podia estar mais feliz, até tinha medo de que toda aquela felicidade pudesse acabar, mas ele me prometeu que não deixaria nunca acabar, seríamos felizes mesmo com os problemas, mesmo quando Patrick e eu brigávamos, ou com a loucura que eram os problemas da empresa do meu pai, ainda éramos muito felizes, desde que meu tio tinha sido preso e Emily e Louis desapareceram das nossas vidas eram dias de paz.Me levantei devagar, me desvencilhando dele e tentando não acordá-lo, pois cada vez que eu achava que era a hora o homem parecia prestes a ter um infarto, ele acabaria tendo um qualquer hora dessas com outro alarme falso.O dia já estava começando a n
Tínhamos decidido passar nossa segunda lua de mel na ilha, eu demorei a convencer a todos a deixar que Sophie e eu pudéssemos ir sozinhos já que estavam preocupados com nós dois isolados na ilha com os bebês, mas era nosso momento e não deixaria ninguém estragar isso.Pouco depois que o helicóptero saiu Sophie se virou para mim tirando os meus fones e segurando o meu rosto. Ela me grudou nossos lábios com delicadeza sem pressa nos movimentos enquanto deslizava a língua contra a minha, os dedos dela desceram por meu pescoço, contornando o colarinho da camisa que eu estava usando antes de descer por meu peitoral.Foi ai que lembrei que ela tinha ficado nervosa na primeira viagem e eu a distrai masturbando ela, com toda a certeza era isso o que ela estava tentando me lembrar, sem perder nem mais um segundo coloquei a mão sobre a coxa dela e a joguei sobre minha perna, mas Sophie tinha outros planos.— O que você... — tentei questionar quando ela tirou a perna de cima da minha e afastou m
As coisas estavam finalmente se encaixando no lugar onde deveriam estar, eram tantas coisas boas de uma vez só que eu nem conseguia acreditar.Depois que as câmeras da oficina comprovaram toda a loucura de Emily, meu processo correu rapidamente, assim como o dos comparsas dela que foram condenados. O que nos levou ao meu tio, foi fácil arrastá-lo para fora da casa e o levar para até onde estavam escondendo Louis. Charles ficou tão mexido quando viu a situação do filho que aceitou fazer tudo o que Patrick exigiu, isso é tudo o que eu sei, pois não me deixaram ver nada sobre eles, nem mesmo detalhes de toda a situação com Louis eles me contaram.O que eu podia dizer, os homens daquela família eram muito protetores com as suas mulheres. No fim meu tio assumiu todas as falcatruas que cometeu contra os meus pais, os roubos da empresa, as fraudes usando o nome do meu pai e no fim a morte deles.Ele teve a cara de pau de assumir que sabia que eu iria para as mãos dele e como menor ele seria
Eu estava em pura agonia, andando de um lado para o outro sabendo que o telefone tinha sido desligado de alguma forma e tudo o que eu conseguia era esperar por uma resposta de John, não me surpreenderia se abrisse um buraco no chão de tanto andar de um lado ao outro.Imaginar o que poderia estar acontecendo com Sophie e como isso ia afetar ainda mais a saúde dela, era o que estava me matando. Sophie deveria estar em casa, descansando, sendo bem cuidada, se tratando e cuidando dos nossos filhos, não na mira de armas, sendo arrastada por uma lunática pra sabe Deus onde.Mas então meu celular tocou e eu atendi no primeiro toque, desesperado por notícias.— Onde ela está John? Me diz que está com ela? — perguntei em desespero, mas o suspiro contido dele me dizia que não eram notícias boas.— Não chefe, chegamos aqui e não tinha nenhum sinal deles. Alejandro está sendo socorrido agora, Magie também está indo de ambulância para examinar todos os machucados.— Vá com eles John, vá e garanta
Último capítulo