Alguns dias pareciam nascer destinados a serem cinzentos - o céu fechado, a luz difusa, um silêncio espesso pairando no ar. Outros, carregavam um calor quase agressivo, como se o sol quisesse lembrar que o mundo ainda girava, apesar de tudo. Mas para mim, já não existiam cores. Nenhum tipo de alegria. Era como se tivessem arrancado isso de mim com as mãos, deixando um buraco onde antes existia vida. Eu simplesmente... não conseguia sorrir. Ou me sentir feliz.
Meus irmãos, ao contrário, já estavam frequentando as aulas fazia um mês. Tínhamos sessões de terapia, duas vezes por semana, e uma psicóloga dedicada, tentando juntar os cacos que restaram da nossa infância. Castiel parecia comprometido com a nossa recuperação. Isso, porém, mais me incomodava do que confortava. Sei que pode parecer ingratidão - e talvez seja mesmo - mas pensar que, em algum momento, tudo isso vai acabar, que vamos nos separar, me deixava ainda mais melancólica.
Tudo o que eu mais queria era reagir, corresponder