A estrada que nos conduzia era um desafio à sanidade - lamacenta, esburacada, como se a própria terra repelisse qualquer tentativa de ser trilhada. O jeep rangia, tossia, mas seguia. Cada buraco parecia um golpe, cada solavanco, uma provocação ao nosso propósito. E eu não recuaria.Tínhamos o endereço. Um papel amassado com a caligrafia apressada do homem de confiança do meu pai, e uma foto amarelada de uma casa de madeira no meio do nada. Seguíamos por fé e instinto, mais pelo segundo.A noite anterior tinha sido um pesadelo a céu aberto. A insônia me mastigou por horas, e agora, o sol nascendo não trazia alívio algum. Sentia-me drenado. Como se todas as partículas de alegria tivessem evaporado, deixando um vazio dolorido onde antes havia ânimo. Estava ali por um motivo, mas o motivo me comia vivo.- Merda... Espero que isso ao menos nos renda lucro. - Breno, meu primo, espantava mosquitos com mais raiva que eficácia. - Malditos insetos, nem o repelente funciona!Ele era alto, loiro
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