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Capítulo 2 – O Homem que Segurou Minha Queda

Ponto de vista de Vittorio 

Eu estava saindo de mais um encontro arruinado.

Meus avós não param de insistir que eu preciso casar.

Caso contrário, eles mesmos escolherão minha noiva.

E conhecendo bem a mente deles… sei exatamente quem viria: a filha mimada da família Castro.

Uma mulher tão superficial que serviria apenas como enfeite na sala de estar.

Se eu for me casar, quero alguém com conteúdo.

Alguém com quem eu possa ter uma conversa que vá além de festas e aparências.

Mas, em vez disso, acabei num jantar entediante com uma “médica” — sim, cirurgiã plástica.

Nada contra a profissão, mas ela só falava de dinheiro, status e cirurgias estéticas para influenciadoras.

A conversa não fluía.

Não havia interesse por nada além dela mesma.

Mais um encontro para a lista dos fracassos.

Entrei no carro, e Marco, meu motorista de confiança há anos, me cumprimentou:

— Boa noite, senhor Castellani. Para onde?

— Vamos rodar. Quero limpar a cabeça. — afrouxei a gravata, cansado da noite monótona.

Foi quando a vi.

Uma figura sozinha na ponte.

Vestia uma blusa branca, comprida o suficiente para parecer um vestido.

O cabelo era açoitado pelo vento.

Os saltos altos alongavam suas pernas, e na mão ela segurava… uma garrafa de uísque.

A cena fez meu coração acelerar.

Aquele andar vacilante… aquele olhar distante…

E então ela subiu no parapeito.

— Pare o carro! — ordenei.

Corri.

Ouvi sua voz quebrada praguejando contra alguém, mas não parei para entender.

Eu já sabia o que ia acontecer.

E aconteceu: ela se inclinou para frente, braços abertos, pronta para se entregar ao vazio.

Agarrei seu braço no último segundo, usando a outra mão para me segurar no parapeito.

Puxei-a com força contra mim.

Foi então que vi.

Olhos verdes como esmeraldas, intensos, mas vermelhos de tanto chorar.

Uma beleza ferida, e mesmo assim… deslumbrante.

Ela me olhou como se não entendesse por que um estranho a estava salvando.

Eu também não sabia.

Mas, de alguma forma, senti que precisava protegê-la.

A abracei com força, afastando-a da beira da ponte.

Ela soluçava, com o rosto enterrado no meu peito.

Não tentei afastá-la.

Marco se aproximou, trazendo um lenço.

Eu apenas acariciei seus cabelos, deixando que chorasse até não restar mais forças.

Quando percebi que sua respiração começava a acalmar, limpei suas lágrimas.

Ela pegou o lenço, tímida.

— Me desculpa… molhei sua camisa. — um sorriso doce e envergonhado escapou.

Sorri de volta.

— É só uma camisa. Você se machucou? — segurei seu braço para verificar.

Ela olhou e arregalou os olhos ao ver a marca vermelha.

— Eu… não tô sentindo nada. — deu uma risada fraca, efeito óbvio do álcool.

— Vou levá-la ao hospital.

Ela hesitou, mas a conduzi até o carro.

— Não vou te machucar. Mas preciso de um contato da sua família.

Os olhos dela encheram de lágrimas outra vez.

Dessa vez, silenciosas.

Apenas entrou no carro.

No caminho, tentei suavizar a situação:

— Qual o seu nome? Se não quiser responder…

— Evie. Evie Bellavie.

Marco pigarreou e me mostrou o celular: Evie Moretti.

Casada com Luca Moretti.

E agora me dizia seu nome de solteira.

Não precisei perguntar o que havia acontecido.

Eu ri baixo.

Ela notou.

— Meu nome é engraçado?

— Não. Não é isso.

— Obrigada… — disse ela, com a voz baixa.

Olhei-a nos olhos.

— Não me agradeça com palavras. Me faça um favor: dê a volta por cima… e se vingue de quem te fez sentir isso.

O silêncio durou alguns segundos… até que ela riu.

E o sorriso iluminou seu rosto.

— E como posso chamar meu cavaleiro vingador?

— Vittorio. Vittorio Castellani. E você… minha gata borralheira, aceita um pouco de água?

Ela aceitou, ainda soltando pequenos soluços que a deixavam… estranhamente fofa.

— Senhor Castellani, o que faz além de salvar mulheres de si mesmas?

— Reformo a sociedade, persigo vilões e… — fui interrompido por sua risada genuína.

Chegamos ao hospital.

Os exames confirmaram: ela estava desidratada e não havia comido nada o dia inteiro.

O médico achou que eu era seu marido.

Não corrigi.

Pouco depois, uma mulher entrou apavorada:

— Evie! Meu Deus, o que aconteceu? Te liguei mil vezes! Liguei até para o idiota do Luca!

Fiquei do lado de fora, ouvindo.

— Ana… não quero falar sobre isso. O Vittorio me salvou. Será que ele já foi?

Entrei, sorrindo.

— Você não vai se livrar de mim tão fácil, gata borralheira. Já pedi sua janta.

A amiga dela me agradeceu.

Me passei por um simples desconhecido que fez o óbvio.

Antes de sair, olhei para Evie.

— Se precisar de mim, estou a uma ligação de distância.

Dei as costas.

Mas antes de deixar a recepção, um homem entrou às pressas:

— Estou procurando por Evie Moretti! Ela está aqui?!

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