POV Matteo Bianchi
O riso de Salvattore ecoava pelo jardim como uma melodia rara. Matteo, encostado em uma das colunas do pátio interno, observava o irmão mais novo de longe, com uma taça de vinho meio cheia — ou meio vazia — em mãos. O ar da Toscana ainda carregava o perfume das rosas e girassóis que Rafaella escolhera, como se o mundo inteiro estivesse banhado numa pintura viva e cálida.
Salvattore dançava com a mulher que amava. E, pela primeira vez em muito tempo, Matteo viu algo no rosto dele que nem mesmo ele, irmão de sangue, reconhecia: plenitude.
Aquele olhar de entrega absoluta. Aquele sorriso de quem se rendeu à felicidade.
E por um instante, Matteo se permitiu sorrir também. Porque, apesar dos horrores recentes, do sangue derramado e dos corpos que haviam enterrado em silêncio... ainda havia espaço para beleza. Para amor. Para renascimento.
Mas esse momento doce durou pouco.
Como um lembrete cortante, a voz de seu pai, Giuseppe, ecoou em sua memória. “O primogênito sustent