POV Salvattore Bianchi
A casa da família Bianchi, nos arredores da Toscana, estava banhada pela luz suave do entardecer. Um leve aroma de flores frescas se espalhava pelos cômodos, vindo da decoração que Rafaella ajudara a montar pessoalmente: rosas vermelhas e girassóis se entrelaçavam em arranjos espalhados pelas mesas, janelas e arcos do jardim. Vermelho era a paixão, o desejo. Girassol, segundo ela, era o símbolo da lealdade e da luz que ele dizia enxergar nos olhos dela. Salvattore achava isso poético demais, mas não tinha coragem de contrariá-la.
A chegada dos convidados trouxe uma movimentação discreta, controlada, típica dos eventos ligados às grandes famílias mafiosas. Risos abafados, cumprimentos calculados, olhares avaliativos. Mas nada disso importava para ele. O único rosto que procurava era o dela.
E então, como uma visão que sempre o desestabilizava, Rafaella surgiu no topo da escadaria. Vestido claro, cabelos soltos com pequenas flores entre as ondas e aquele sorriso q