POV Salvattore Bianchi
Ela entrou naquela maldita boate com Aron Lensky como se não carregasse meu sobrenome no destino. Como se seu lugar não fosse ao meu lado. Como se eu não a tivesse deixado fria de propósito para poupá-la da guerra que está por vir.
Mas, naquele instante, tudo em mim esqueceu o motivo.
Esqueci da aliança.
Esqueci de Antonella.
Esqueci até do meu próprio nome.
Só consegui enxergar Rafaella.
No vestido preto, colado ao corpo, como da primeira vez em que a vi como mulher e não como a irmã caçula do meu melhor amigo.
Com o sorriso frágil que ela tentava transformar em provocação.
Nos braços de Lensky.
A música pulsava como um coração à beira do colapso. Meu coração. E quando aquele russo bastardo se inclinou e beijou sua boca, minha sanidade ruiu.
Deixei o copo cair.
Ouvi o estalo do vidro contra o chão como um tiro.
Minhas mãos formigaram. Eu teria matado aquele desgraçado ali, se Matteo não tivesse me segurado.
— Respira, Salvattore. — disse ele, tentando conter a