Capítulo 58

O cheiro da fumaça ainda impregnava a pele.

O céu estava cinza, e a lua, pálida, escondida por trás de nuvens densas.

O campo da guerra se transformara num cemitério aberto,corpos espalhados, pedaços de armaduras, poças de sangue já frio.

O vento soprava, arrastando cinzas, e o som dos corvos quebrava o silêncio como um presságio.

Eu caminhava entre os destroços com as pernas trêmulas.

Cada passo parecia o último.

Não sabia se procurava por ele ou se tentava fugir da lembrança dele.

A mente repetia o nome de Danilo, mas o vínculo estava quieto.

Não morto, só silencioso.

Como um coração que ainda pulsa, mas não tem força pra bater alto.

Ele ainda respira, sussurrou a loba dentro de mim.

Mas longe.

Eu sei.

O corpo doía.

O sangue secava nas roupas.

E ainda assim, continuei.

Porque parar seria morrer e morrer sem saber o que restava de nós era algo que eu não suportaria.

As árvores se fechavam à medida que eu me afastava do vale.

A floresta parecia viva, sussurrando segredos antigos.

Um
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