O cheiro da fumaça ainda impregnava a pele.
O céu estava cinza, e a lua, pálida, escondida por trás de nuvens densas.
O campo da guerra se transformara num cemitério aberto,corpos espalhados, pedaços de armaduras, poças de sangue já frio.
O vento soprava, arrastando cinzas, e o som dos corvos quebrava o silêncio como um presságio.
Eu caminhava entre os destroços com as pernas trêmulas.
Cada passo parecia o último.
Não sabia se procurava por ele ou se tentava fugir da lembrança dele.
A mente repetia o nome de Danilo, mas o vínculo estava quieto.
Não morto, só silencioso.
Como um coração que ainda pulsa, mas não tem força pra bater alto.
Ele ainda respira, sussurrou a loba dentro de mim.
Mas longe.
Eu sei.
O corpo doía.
O sangue secava nas roupas.
E ainda assim, continuei.
Porque parar seria morrer e morrer sem saber o que restava de nós era algo que eu não suportaria.
As árvores se fechavam à medida que eu me afastava do vale.
A floresta parecia viva, sussurrando segredos antigos.
Um