Capítulo 56

A lua estava vermelha.

Não de magia, mas de sangue.

O céu, coberto de fumaça, refletia o caos que tomava o vale.

O som distante de gritos e aço ecoava entre as montanhas como um trovão antigo , o rugido da guerra que eu mesma havia provocado.

O frio cortava o ar.

O cheiro de ferro e medo misturava-se à terra úmida sob meus pés.

Cada passo que eu dava era um lembrete de que já não havia refúgio.

Eu corria.

O ombro ainda latejava pela flecha arrancada na fuga.

O corpo cansado, a respiração irregular, e mesmo assim, eu continuava.

A loba me guiava, cada batimento do coração dela misturado ao meu.

Eles estão vindo, Rebecca.

Eu sei.

O Alfa sente você.

O nome dele latejava dentro de mim.

Danilo.

O vínculo queimava como fogo líquido, pulsando sob a pele, atravessando florestas e fronteiras.

Era como se, a cada passo que eu dava, o corpo dele respondesse.

As árvores começaram a clarear, e à frente, o vale se abria — um campo devastado pela guerra.

O chão coberto de corpos.

Lobos
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