A lua estava vermelha.
Não de magia, mas de sangue.
O céu, coberto de fumaça, refletia o caos que tomava o vale.
O som distante de gritos e aço ecoava entre as montanhas como um trovão antigo , o rugido da guerra que eu mesma havia provocado.
O frio cortava o ar.
O cheiro de ferro e medo misturava-se à terra úmida sob meus pés.
Cada passo que eu dava era um lembrete de que já não havia refúgio.
Eu corria.
O ombro ainda latejava pela flecha arrancada na fuga.
O corpo cansado, a respiração irregular, e mesmo assim, eu continuava.
A loba me guiava, cada batimento do coração dela misturado ao meu.
Eles estão vindo, Rebecca.
Eu sei.
O Alfa sente você.
O nome dele latejava dentro de mim.
Danilo.
O vínculo queimava como fogo líquido, pulsando sob a pele, atravessando florestas e fronteiras.
Era como se, a cada passo que eu dava, o corpo dele respondesse.
As árvores começaram a clarear, e à frente, o vale se abria — um campo devastado pela guerra.
O chão coberto de corpos.
Lobos