O sol mal tinha nascido quando fui chamado ao salão principal. A fumaça da lareira ainda subia preguiçosa, mas a tensão no ar já era densa como aço. Guerreiros se reuniam em grupos, cochichando baixo. Anciãos permaneciam sentados em silêncio, mas seus olhos brilhavam como lâminas afiadas. Eu sabia o que me esperava. A febre da noite anterior não passara despercebida. Meus tropeços, meus uivos, minhas quedas… tudo isso era combustível para os que esperavam a chance de me derrubar.
Rafael estava entre eles, firme, de braços cruzados. Seu olhar era duro, sem o verniz de lealdade que costumava carregar. Quando entrei, o salão silenciou, e cada par de olhos se voltou para mim. Caminhei até o centro, sustentando o peso do comando como pude, mesmo que por dentro meu corpo tremesse.
— Há rumores correndo pela matilha — começou um dos anciãos, a voz grave. — Rumores de que nosso alfa já não tem a força de antes.
— São rumores — retruquei, tentando manter a calma. — E rumores não governam matil