A madrugada parecia não ter fim. Eu vaguei pela floresta até minhas pernas não suportarem mais, até o ar frio cortar minha pele como lâminas de gelo. Quando finalmente desabei no chão, abraçando os joelhos contra o peito, o silêncio da noite se misturou ao som dos meus soluços. A terra estava úmida, e o cheiro forte da vegetação molhada parecia impregnar minha alma, como se quisesse gravar aquele momento em mim para sempre.
Cada lágrima que escorria pelo meu rosto queimava, não apenas pelo sal contra a pele, mas porque carregava um pedaço de mim que eu nunca mais recuperaria. A rejeição não foi apenas uma palavra cruel, dita diante de todos. Foi uma ferida aberta, profunda, que sangrava dentro de mim sem parar.
Ele puxou o laço que nos ligava até quase arrancar totalmente de dentro da minha alma.
O vínculo que a lua havia revelado me puxava em direção a Danilo, mas ele o tinha cortado com um único golpe. Eu sentia a ruptura não apenas no coração, mas também no corpo. Meu peito ardia,