Acorrentados pelo destino. Marcados desde o nascimento. Um vínculo que nem a rejeição pôde destruir. Ela é Mia Ashworth, a Filha da Lua, a única loba sigma em mil anos. Herdeira de um poder ancestral que pode salvar… ou condenar. Ele é Bryan BlackWolf, o Alfa Supremo. Líder da alcateia mais poderosa do mundo lupino. Temido. Reverenciado. Preso ao laço que nunca pôde quebrar. ✨ Quebrado pelo próprio orgulho, cego pelo medo… ele escolheu machucar quem jurou amar. No passado, ele a amou. Depois, a rejeitou. E essa ferida nunca cicatrizou. Agora, a guerra se ergue nas sombras. E a loba que ele tentou sufocar é a única capaz de salvá-lo. 🔥 Amor ou vingança. 👑 Perdão ou poder. Coração ou coroa. Porque uma Filha da Lua não nasceu para se curvar. Ela nasceu para reinar — mesmo que isso custe o Alfa mais poderoso do mundo.
Leer másO vento noturno soprava como um sussurro antigo, atravessando a clareira e fazendo as folhas dançarem como sombras vivas. No centro, a fogueira erguia-se em labaredas douradas que estalavam e crepitavam, lançando faíscas para o céu negro, onde a lua cheia reinava sozinha. O ar estava carregado de resina e fumaça, misturado ao cheiro selvagem da floresta — um perfume que só os lobos reconhecem como lar, intenso e penetrante, lembrando-lhes de noites antigas, caçadas esquecidas e uivos que ecoavam através de gerações.
A alcateia se reunia em silêncio cerimonioso. Guerreiros, caçadores, mães e filhotes formavam um círculo amplo, seus olhos refletindo a luz do fogo como pequenos sóis selvagens. Os filhotes — curiosos, agitados — se comprimiam mais perto da chama, buscando calor e conforto, mas também atraídos pelo peso invisível que pairava no ar. Alguns tremiam levemente, não apenas pelo frio, mas pelo pressentimento de algo extraordinário, algo que atravessava a memória da floresta e se enraizava nos instintos mais profundos de cada ser lupino. No centro do círculo, sentado sobre uma pedra coberta de musgo, estava a Anciã Ilyrian. Sua pelagem marrom, manchada de cinza pelo tempo, parecia carregar o brilho da própria lua. As rugas em seu rosto eram como mapas de histórias antigas, cada linha contando batalhas, alianças e sacrifícios. Seus olhos — de um âmbar profundo — guardavam o tipo de sabedoria que nasce da convivência com séculos e do silêncio compartilhado com a noite e com os ancestrais. O cajado de carvalho, entalhado com runas esquecidas, repousava ao seu lado. Quando Ilyrian inspirou fundo, até as chamas pareceram obedecer, diminuindo o estalo, como se a própria fogueira aguardasse por suas palavras. Cada fagulha que subia parecia dançar em reverência à presença da anciã, como se entendesse que histórias antigas exigem silêncio absoluto. — Aproximem-se, pequenos — sua voz soou grave, carregada de vento e memória. — A noite está limpa… a lua vigia… e há histórias que só podem ser contadas sob esse brilho prateado. Os filhotes se arrastaram para mais perto, sentando-se sobre as caudas, as orelhas voltadas para cada som. O fogo refletia nos seus olhos, e em alguns havia algo mais que curiosidade… havia medo. Porque todos sentiam a energia incomum que se infiltrava na noite — uma pulsação suave, quase imperceptível, mas viva, que vinha da própria terra. Alguns lobos mais velhos inclinavam a cabeça, sentindo a mesma vibração, lembranças ancestrais despertando em seus corações. Ilyrian ergueu o olhar para a lua, e um arrepio percorreu seu corpo, mesmo após séculos de experiências. — Esta não é uma história para dormir — disse, com um meio sorriso que não chegava aos olhos. — É para lembrar. Lembrar de quem somos… e do que está vindo. Um sopro de vento atravessou a clareira, trazendo com ele o farfalhar das copas distantes. Alguns lobos mais velhos trocaram olhares, como se quisessem confirmar o pressentimento do outro. Havia magia naquela noite, uma daquelas raras e perigosas que atravessam as gerações, e o silêncio da alcateia pesava mais do que qualquer palavra. — Há muito tempo… antes das nossas alcateias terem nomes … — começou ela, e sua voz parecia afundar na própria memória — …andou entre nós a loba sigma Prateada. E ela não era loba comum. Sua pelagem carregava a luz da lua, seus olhos refletiam o destino, e até os ventos paravam para escutá-la. As chamas tremularam e, por um instante, se tornaram azuladas. Um filhote recuou, agarrando-se ao braço da mãe, os olhos arregalados pelo brilho sobrenatural que parecia envolver a Anciã. — Ela só nasce quando a nossa espécie lupina está em perigo — continuou Ilyrian, a voz vibrando de força ancestral. — Quando as guerras ameaçam destruir o nosso mundo, quando os clãs sangram uns contra os outros… é então que ela vem. Ela vem para cessar as batalhas, guiar os perdidos, restaurar a ordem e salvar a nossa linhagem. — Toda vez que a Prateada retorna à Terra — disse ele, fechando os olhos e sentindo a energia ao redor — os lobos sentem. O céu segura o fôlego. Os uivos silenciam. E, por alguns momentos, o mundo lembra que ainda existe esperança. Um arrepio percorreu a clareira. Até os filhotes sentiram que algo maior do que eles estava prestes a se revelar. Alguns cerraram os olhos, outros respiraram fundo, tentando se preparar para a energia que crescia na noite, carregada de presságio e promessa. — Esta noite, meus pequenos… o mundo voltará a sentir. Porque a Loba Prateada estará entre nós novamente, os ancestrais disseram-me. Um vento súbito atravessou a clareira, arrancando folhas e galhos do chão, girando em redemoinhos selvagens. A lua cheia parecia pulsar, brilhando mais forte, iluminando cada árvore, cada pedra, cada lobo presente. — Escutem bem — disse Ilyrian, erguendo o cajado, a voz vibrando com energia ancestral. — A Loba Prateada não é apenas um lobo comum. Ela é filha da Deusa da Lua, Selene. Cada fio de seu pelo carrega a luz dos astros, cada uivo seu é capaz de dobrar o vento e dobrar o tempo. Quando ela nasce, a terra treme, o céu se curva, e até os antigos espíritos se curvam diante dela. Sua força é tão antiga quanto a lua, e seu poder será suficiente para deter guerras, restaurar o equilíbrio e erguer um Rei que jamais esqueceremos. As chamas tremeluziam, e por um instante, se tornaram azuis. Um filhote recuou, engolindo em seco, sentindo a magnitude da história se materializar diante de seus olhos. — E saibam — disse a anciã, a voz quase um sussurro carregado de trovão — através do sangue da Loba Prateada, um Rei se ergue. Não um rei comum, mas aquele que verá todos os lobos como irmãos e guiará nossa espécie à sobrevivência. Ela respirou fundo, e os olhos dos filhotes se arregalaram, sentindo o peso ancestral das palavras que ecoavam entre as árvores, como se a própria floresta sussurrasse segredos antigos. — Os ancestrais me avisaram… — disse Ilyrian, com a voz tremendo de emoção e poder — ela está prestes a nascer novamente. O chão vibrou levemente, como se a própria floresta percebesse o momento. Um arrepio percorreu a espinha dos mais velhos. Até os filhotes se encolheram mais perto, alguns ofegantes, outros paralisados pelo medo e fascínio. E então, do outro lado do oceano, o céu escurecia com nuvens carregadas. Raios riscavam o horizonte e trovões ecoavam entre as palmeiras, enquanto a chuva caía em cortinas densas, banhando ruas desertas e telhados encharcados. Algo extraordinário estava prestes a acontecer, e a Loba Prateada começava a se manifestar no mundo.Quando decidiu que já tinha se recuperado o bastante, Mia começou a caminhar de volta para o luau, deixando Axel para trás. Não seguiu pela areia próxima ao mar — preferiu andar rente à linha da floresta que margeava a praia, onde a sombra das árvores criava um contraste mais sombrio com a claridade da lua. Foi então que um som diferente a fez parar. Entre o farfalhar suave das folhas, ouviu um estalo seco, como de um galho quebrando sob um peso. O coração de Mia acelerou. Mika, em sua consciência, ergueu os sentidos, atenta. Uma silhueta escura pareceu se mover entre as árvores, rápido demais para ser definida. Um tremor percorreu a espinha de Mia, e por instinto ela acelerou o passo. Mas o barulho voltou — passos, cadenciados, próximos demais para serem fruto apenas do vento ou de sua imaginação. Mia se virou bruscamente, o peito subindo e descendo em respirações curtas. A escuridão da floresta não revelou nada além de sombras retorcidas pelo luar. — Axel? — chamou, a voz leveme
Mia, com o coração pesado e a garganta apertada, não suportava mais a humilhação escancarada que Bryan e Lívia haviam proporcionado. Sem dizer uma palavra, afastou-se do grupo, sentindo cada passo na areia fria pesar como chumbo, e caminhou em direção a um canto mais isolado da praia. As amigas, percebendo seu estado, não hesitaram e a seguiram, a indignação estampada em seus rostos.— Ele tá cada vez mais idiota, e a nojenta da Lívia tá adorando, aquela cobra venenosa. — comentou Sara Montserrat, cruzando os braços, enquanto lançava um olhar de desprezo em direção a Bryan.— Que tipo de irmã aceita ser paquerada de forma descarada? — acrescentou Selena Starlight, balançando a cabeça em desaprovação, os dentes cerrados de raiva pela situação.Mia sentiu as lágrimas ameaçarem cair, mas se conteve, mordendo o lábio até o gosto metálico do sangue se misturar à amargura da frustração. A sensação de impotência era sufocante, uma mistura de raiva, tristeza e desespero que só aumentava ao ou
O trajeto até o luau durou apenas alguns minutos, mas cada um deles queimou como fogo lento na pele de Mia. Enjaulada no banco de trás, ela foi obrigada a assistir à peça encenada para sua humilhação.Lívia ocupava o banco da frente com pose de dona, exibindo-se como se tivesse conquistado algo precioso. Seus dedos passeavam pelo braço de Bryan, suas risadas soavam altas e artificiais, cada som mais doloroso do que o anterior. Cada toque, cada olhar, cada movimento era uma agulha cravada fundo no coração de Mia.— Você é impossível, Lívia — disse Bryan, e embora a frase pudesse soar trivial, o tom carregava um calor de admiração que ele nunca mais usara com Mia.Ela prendeu a respiração, afundando as unhas contra as próprias palmas. Mika, sua loba, uivava dentro dela, rosnando contra a cena, contra a corrente do vínculo que as acorrentava àquele destino. Mas a fúria era impotente, uma chama contida atrás das grades de ferro do dever e da dor.Quando o carro finalmente parou diante das
O céu sobre a Costa da Lua queimava em tons de âmbar e púrpura, refletindo-se nas ondas que quebravam suavemente na areia. As fogueiras espalhadas pela praia dançavam com o vento, projetando sombras trêmulas sobre os jovens lobos que corriam e riam sob o céu noturno. Risos e conversas se misturavam com a música distante, criando uma melodia caótica de liberdade e juventude. Para todos, a noite era uma celebração de dança, alegria e despreocupação. No entanto, para Mia Ashworth, cada risada ressoava como um eco daquilo que lhe era privado — a escolha, a espontaneidade, a tranquilidade que os outros pareciam respirar tão naturalmente. Enquanto a praia vibrava ao longe em movimento e cor, Mia se via diante do espelho em seu quarto, cercada por perfumes importados, maquiagens e vestidos delicadamente alinhados. Seus dedos trançavam o cabelo prateado em um penteado que ocultava a inquietação do seu coração, cada fio ajustado com uma precisão quase ritualística. O vestido azul que ela vest
Do outro , na mansão Ashowrth, Mia Recebe a Mensagem. O celular vibrou sobre a cama, iluminando o quarto escuro com uma luz azulada. Mia, deitada de bruços com um livro aberto nas mãos, esticou o braço para pegar o aparelho. Quando leu a mensagem, seus olhos prateados se estreitaram por um segundo, os lábios se apertando em uma linha fina. “Me encontre na beira da praia às 18 horas em ponto. Use roupas confortáveis.” Era típico de Bryan — direto, sem firulas, era uma ordem e não um convite. Ela soltou um suspiro, jogando o livro de lado. Mia ficou parada diante do espelho, analisando as opções. “Roupas confortáveis”, ele dissera. Ela poderia simplesmente ir com um moletom e calça de treino, mas algo dentro dela — algo teimoso e vaidoso — a fez hesitar. Pegou um vestido leve, da cor rosa, que balançava suavemente a cada passo. Não era nada demais, mas sabia que o tecido iria capturar a luz das velas de um jeito que faria Bryan engolir seco. Deixou o cabelo solto, apenas prendendo
O crepúsculo tingia o céu de tons quentes, um derrame de rosa suave e laranja desbotado sobre o qual as sombras começavam a se alongar, anunciando a chegada da noite. Bryan olhou para o celular com um misto de hesitação e decisão inquebrável. Com dedos firmes, que não tremiam, digitou uma mensagem curta, porém carregada de um significado que ecoaria por toda a praia:"Me encontre na beira da praia às 18 horas em ponto. Use roupas confortáveis."Ele hesitou por um instante, o polegar pairando sobre o ícone de enviar, sabendo que aquelas palavras simples carregavam o peso de um universo inteiro de intenções não ditas. Então, pressionou.Bryan arremessou o aparelho na cama com força bruta, como se pudesse se livrar do peso colossal daquela mensagem agora fora de seu controle. As roupas que vestia foram tiradas com movimentos bruscos e impacientes, quase rasgando o tecido fino no processo. Ele não queria admitir, mas cada músculo de seu corpo já estava tenso, um fio esticado ao máximo, só
Último capítulo