O ar explodiu quando Danilo colidiu contra os guardiões.
Não houve aviso.
Não houve hesitação.
Houve apenas impacto.
Pedras voaram.
Máscaras de ossos se partiram.
Corpos foram arremessados como folhas secas ao vento.
O altar inteiro estremeceu.
Senti as correntes tremerem, o metal ritual vibrando como se temesse o que estava por vir. Meus olhos encontraram os de Danilo e, por um instante, tudo parou — o sangue, o eclipse, o medo, a morte prestes a tocar minha pele.
Ele tinha chegado.
No último segundo.
Como sempre.
O lobo enorme, negro, ancestral, avançou sobre o guardião que segurava a lâmina cerimonial. O homem mal teve tempo de perceber antes que Danilo rasgasse sua garganta, o sangue escorrendo pelo altar como um rio sombrio.
Mas o verdadeiro inimigo emergiu logo atrás.
O líder final da seita.
O último sacerdote da sombra.
A raiz de tudo aquilo.
Um homem alto, envolto em uma túnica vermelha, com marcas brilhando no rosto como cicatrizes vivas. Os olhos eram buracos negros, não esc