A respiração de Lua mudou primeiro, um som curto, rouco, o ar raspando entre os lábios. Depois, o corpo se mexeu, um espasmo leve, o suficiente para que Lyra erguesse a cabeça num segundo. O silêncio da cabana pareceu se retrair, tenso, como se o próprio ar esperasse.
— Lua…? Querida? — a voz de Lyra saiu em sussurro, entre medo e esperança.
A jovem se mexeu de novo, o corpo estremecendo, os dedos se contraindo sobre o lençol. Um gemido baixo escapou, e então, finalmente, os olhos se abriram, brilhando em lilás enquanto ela tentava se lembrar do que tinha acontecido. Sua cabeça era um turbilhão de memórias confusas.
Por um instante, a menina ficou perdida, piscando várias vezes, tentando entender onde estava. O teto de madeira, a vela tremendo, o cheiro forte de ervas. Depois, a lembrança veio, como uma lâmina atravessando a mente. Sua mãe havia sumido… Atlas estava vindo… Então ela veio para a cabana e…
— Mãe… — ela arfou, a voz rouca, trêmula. — Mãe!
Lyra se ajoelhou ao lado dela,