A chuva caía fina sobre os telhados da Lua Sangrenta, arrastando o cheiro metálico das armas recém-limpas e o som distante dos passos apressados dos guardas. Dentro do casarão principal, Petra e Solomon estavam sentados à mesa, cercados por mapas, relatórios e copos de café intocados.
O clima entre eles era tenso, mais do que o habitual.
— Não gosto disso, Petra. — Solomon quebrou o silêncio, a voz rouca. — A Lyra devia ter voltado ontem.
Petra não respondeu de imediato, segurava uma caneta entre os dedos, girando-a com impaciência, os olhos fixos no papel à frente, mas sem realmente ler nada.
— Ela mandou confiarmos nela. — Disse, enfim, a voz calma, mas firme.
— E você acha que isso faz sentido? — Ele bufou, descrente. — O River vai descobrir de qualquer jeito.
— Vai, mas não agora.
— Ela é a Luna, mas... — Ele parou, passando a mão pelos cabelos grisalhos. — Não dá pra esconder algo assim, se ela estiver em perigo, se for Atlas…
Petra levantou o olhar, e o tom sereno dela mudou par