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Rafaella Me Resta Perdoar
Rafaella Me Resta Perdoar
Por: Gisely Silva
para o bem… ou para a dor.

Rafaella Souza cresceu como uma princesa moderna em meio aos vales exuberantes do sul do país. Caçula de três irmãs, era o xodó de todos: dos pais, dos avós, das irmãs mais velhas e até dos funcionários da casa. Desde pequena aprendera a viver sob a luz de uma família influente, acostumada a jantares formais, decisões empresariais e viagens que começavam em jatinhos particulares e terminavam em paraísos luxuosos. Ainda assim, havia nela uma leveza, um olhar curioso e uma doçura que destoava da frieza do mundo ao seu redor.

Seu pai, Mário Souza, era advogado executivo, reconhecido nacionalmente por sua atuação estratégica à frente dos negócios da família. Discreto, sempre soube separar o mundo corporativo da vida doméstica, e em casa era apenas o “papai”, carinhoso e protetor. Sua mãe, Estela, era a imagem da ternura. De voz calma, sorriso acolhedor e coração sereno, fazia da mansão dos Souza um verdadeiro lar.

Rebeca, a irmã do meio, seguira os passos do pai. Fria, controladora e extremamente competente, trabalhava lado a lado com Mário, decidindo o rumo de empresas que influenciavam diretamente a política e a economia da região. Já Renata, a mais velha, morava em outro estado desde que se casara com Bernardo Santos — um nome poderoso e perigoso por si só.

Aos dezessete anos, Rafaella havia acabado de entrar para a faculdade de Direito. Era o sonho desde criança: tornar-se delegada, combater a injustiça com inteligência e empatia. Muitos achavam que era apenas mais uma fantasia juvenil de uma garota mimada. Mas quem a conhecia de verdade sabia da sua determinação.

Naquela manhã de outono, o céu de tons dourados pintava o horizonte da cidade. Sentada na varanda de casa, tomando chá com a avó paterna, Rafaella contemplava os planos que a esperavam.

— Já decidiu se vai fazer estágio este semestre? — perguntou a avó, observando-a com olhos orgulhosos.

— Quero primeiro entender bem o ritmo da faculdade. Depois vejo se consigo algo na delegacia da cidade — respondeu, sorrindo. — Sei que papai quer que eu vá para o escritório, mas não quero ficar apenas na sombra dele.

A avó riu, com ternura.

— Você tem a força da sua mãe e a mente do seu pai. Vai traçar o próprio caminho, minha menina.

O celular vibrou. Era uma mensagem de Renata: “Bruno e Bernardo devem aparecer na cidade essa semana. Fique atenta.” Rafaella franziu o cenho. Apesar de cunhada de Bernardo, mal conhecia os irmãos Santos. Apenas cruzara com eles em casamentos e festas formais. Sabia que Bruno era o primogênito e carregava nas costas a expectativa de toda a família Santos — uma das mais temidas do país.

Diziam que os Santos não apenas possuíam poder, mas o definiam. Onde eles tocavam, havia lucro, medo e silêncio. Joana Santos, a matriarca, era conhecida nos bastidores como “a bruxa de São Paulo”, uma mulher inflexível, manipuladora e cruel com quem ousava atravessar seu caminho. Rafaella ouvira os comentários com natural desconfiança, mas preferia manter distância daquela linhagem.

Bruno, o filho mais velho, parecia feito de ferro. Era advogado, sim, mas sua postura ultrapassava os tribunais. Jovem, bonito e impassível, tinha olhos de gelo e uma aura que misturava charme e perigo. A mídia adorava especular sobre seus casos, conquistas e sobre o rompimento polêmico com sua ex-noiva, Isadora Medeiros, que fora estudar fora do país e o deixara sem explicações públicas.

Rafaella nunca o tinha visto de perto. Mas seu nome vinha cercado de histórias demais.

Naquela mesma tarde, enquanto caminhava pela faculdade, Rafaella ouviu os murmúrios.

— Você viu quem chegou? — Sussurrou uma colega.

— Bruno Santos. Ele vai palestrar aqui. Disseram que o reitor o convidou para a abertura do congresso jurídico da próxima semana.

O nome ecoou como uma sirene. Rafaella fingiu indiferença, mas sentiu algo dentro de si estremecer. Não sabia o que esperar. Mas sabia que aquela presença marcaria um novo capítulo em sua vida — para o bem… ou para a dor.

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