A estrada era longa, e a tensão, constante.
O carro seguia pelas rodovias do interior rumo ao Nordeste. Dália dirigia com atenção, enquanto Miguel, no banco de trás, mantinha os olhos atentos nos retrovisores. Rafaella, ao lado dele, encolhida, segurava a barriga com mãos trêmulas. Não havia como ainda sentir o filho, mas ela já o carregava com uma urgência visceral. Ele era o seu motivo. Sua força. Sua fuga agora não era mais apenas uma libertação — era sobrevivência para dois.
Fortaleza. O novo destino. A “capital do vizinho” como tinha dito a Rebeca no código. Era arriscado, mas era longe o suficiente.
Do outro lado do país, Rebeca embarcava sozinha em um voo disfarçado. Mudara o cabelo, evitava ligações, e mentiu para os pais — disse que iria passar uns dias com uma amiga da faculdade em Curitiba. Só Maria Regina e Guilherme sabiam da verdade. E torciam para que Bruno não os pressionasse.
Mas o destino parecia acelerar os passos de todos.
Na pequena cidade de Minas Gerais, Bruno p