A sala de estar da mansão dos Santos em São Paulo era um retrato do luxo silencioso. Izadora, sentada no sofá de linho, deslizava os dedos por uma taça de vinho tinto enquanto falava sobre um evento beneficente. Bruno a ouvia com desatenção, o olhar distante, a mente longe — talvez ainda presa na imagem de Rafaella na fazenda, calada, porém desafiadora.
O toque urgente do celular quebrou o clima. Ele atendeu sem nem olhar o número.
— Sim? — a voz saiu baixa, controlada.
Do outro lado, um dos empregados da fazenda respondeu, aflito:
— Patrão… a senhora Santos sumiu.
Bruno se endireitou no sofá, a taça quase caiu da mão de Izadora, que o observou curiosa.
— Como assim, sumiu? — sua voz endureceu.
— Já reviramos tudo, senhor. Quarto, jardins, fundo da fazenda, nada. A única coisa que encontramos foi um bilhete no travesseiro… — houve uma pausa breve — Ela deixou a aliança e um papel de divórcio assinado. No bilhete... estava escrito que o senhor não precisava mais dela.
Bruno ficou em si