Kael havia escolhido um bar discreto e elegante — escuro o suficiente para esconder os rostos de pessoas poderosas que preferiam negociar longe dos holofotes. O lugar cheirava a uísque envelhecido, couro e silêncio bem treinado.
Narelle chegou com passos firmes, seu vestido preto moldando o corpo com uma sutileza estratégica. Ela sabia que cada encontro com Kael era uma partida de xadrez — e ele sempre escolhia o tabuleiro.
Kael já estava lá, sentado em um dos sofás ao fundo. Blazer cinza sob medida, olhos fixos no copo como se o líquido ajudasse a traçar estratégias. Quando ela se aproximou, ele levantou o olhar — e o mundo pareceu se deslocar levemente.
“Narelle.”
“Kael.” Ela se sentou à frente dele, cruzando as pernas com precisão cirúrgica. “Eu esperava um jantar. Este lugar é... um pouco escuro.”
Ele sorriu, inclinando-se para frente.
“O drama exige sombras, não acha?”
Ela não respondeu. Apenas ergueu a taça que o garçom lhe entregou. Champanhe caro. Ele a conhecia bem demais.
Ka