RENZO ALTIERI
TRÊS MESES DEPOIS
Acordei com algo leve, mas firme, chutando meu abdômen. Abri os olhos devagar e olhei para o relógio: cinco e meia da manhã. Meu coração disparou ao sentir outro movimento, e sem pensar puxei minha esposa mais para perto de mim. Outro chute. Levei a mão até a barriga pretuberante dela, sentindo a pequena vida crescendo ali dentro. Minha filha se mexia, e eu podia sentir cada batida, cada pontapézinho como se estivesse gritando “estou aqui, papà!”. Caralho, que sensação boa do caralho era aquela.
Fiquei ali, acariciando a barriga, sentindo cada mexida da minha filha. Bianca dormia tranquila, completamente alheia à pequena festa que sua filha fazia em seu ventre. Eu me mantive ali, imóvel, apenas absorvendo cada instante. Depois de alguns minutos, parei de acariciar e me afastei um pouco do corpo nu dela. Ela resmungou, ainda dormindo, e eu sorri de canto de boca. Estávamos nus, e aquilo se tornara algo sagrado para mim. Sentir o corpo dela relaxar depo