RENZO ALTIERI
Fiquei ali no corredor, sozinho, com o peso do silêncio me corroendo por dentro. A cada segundo, meu coração parecia se apertar um pouco mais, como se alguém o estivesse espremendo entre as mãos. Eu odiava não saber o que estava acontecendo lá dentro. Odiava mais ainda não estar ao lado dela.
Eu queria ter ficado. Queria segurar a mão da minha esposa quando a verdade viesse, queria ser o escudo entre ela e tudo o que pudesse feri-la. Mas aquele momento... aquele momento era de pai e filha. E, por mais que doesse, eu sabia que não me cabia interferir.
As paredes do corredor pareciam se fechar ao meu redor. Aquele espaço enorme da mansão — imponente, frio, de mármore e silêncio — já me parecia pequeno demais para conter minha impaciência. Caminhei de um lado para o outro incontáveis vezes, tentando acalmar o coração, mas cada passo só aumentava a angústia que eu sentia.
Quase duas horas se passaram. Duas horas do inferno. E então, finalmente, ouvi a maçaneta girar. Parei.