George soltou aquele risinho sarcástico que só ele sabia dar e disparou, num tom cheio de desprezo:
— Não se iluda, a verdade é que só pensei que seria meio vergonhoso ter uma amante que pega táxi todo dia. Imagina o que iam dizer de mim se soubessem que você nem carro tem? Eu ia parecer pão-duro demais.
Eu tive vontade de rir. Se aquele homem achava que era mão de vaca, então não existia mais homem generoso no mundo. Olhei de canto para George e, mesmo com o jeito imprevisível, não dava para negar que ele tinha algo de especial, até na maneira de ser inconstante.
Acho que não escondi minha admiração, porque ele logo me encarou de lado, reparando no meu sorriso, e retrucou, meio impaciente:
— Come logo. Depois do jantar, você lava a louça.
— Tá, tá bom. — Concordei, sem discutir.
Naquela noite, ele tinha feito de novo o famoso frango apimentado, e só o aroma já abriu meu apetite. Enquanto eu comia, lembrei do sucesso dele entre meus colegas de trabalho e comentei, querendo animar o cli