Eu murmurei em voz baixa:
— Você vive achando que tenho más intenções. Então por que ainda me mantém por perto? Vai permitir que o inimigo te machuque?
— Você não sabe? Às vezes, torturar alguém também pode ser um tipo de diversão.
Senti um peso silencioso de autodepreciação no peito, pois o que ele queria dizer era que me manter ao seu lado à força servia apenas para me fazer sofrer. Conversar com aquele homem realmente era um convite para passar nervoso.
Abaixei os olhos, com os lábios cerrados, sem vontade de continuar falando. De repente, senti uma mão quente segurando a minha, bem ao meu lado. Levantei a cabeça, mas só vi suas costas.
Ele me puxou para segui-lo:
— Para de enrolar. Se passar fome daqui a pouco, não vem reclamar comigo.
Olhei, atônita, para a mão dele. As mãos dele eram especialmente bonitas, limpas, longas, com articulações bem definidas.
Com uma só mão, ele envolveu completamente a minha. Estava tão quente… Só de segurá-la por um tempo, minha mão, que antes estava