Ele estava de costas para a luz, parecendo ainda mais sombrio do que de costume.
Franzi as sobrancelhas e recuei um pouco:
— Você não foi embora?
O olhar de George pousou sobre minhas mãos.
Minhas mãos eram originalmente longas, brancas e bonitas, características de uma pianista.
Mas agora estavam cobertas de poeira e feridas de vários tamanhos, e as unhas estavam cheias de sujeira.
Ele ficou olhando para minhas mãos em silêncio, sem dizer uma palavra.
Aquela expressão sombria tornava impossível adivinhar o que ele estava pensando.
No entanto, depois de tudo o que eu havia feito com ele, eu sabia: ele devia pensar que, no final, eu acabaria assim.
Me encostei nos tijolos e tentei sorrir com naturalidade:
— George, você está satisfeito agora que me vê desse jeito?
George soltou uma risada seca e zombou:
— Você só fez trabalho braçal por um tempo e machucou as mãos. Acha mesmo que um castigo desses me deixaria satisfeito?
— Ah! — O encarei sem expressão. — Se esse castigo não te agrada,