Capítulo 210
Ele estava de costas para a luz, parecendo ainda mais sombrio do que de costume.

Franzi as sobrancelhas e recuei um pouco:

— Você não foi embora?

O olhar de George pousou sobre minhas mãos.

Minhas mãos eram originalmente longas, brancas e bonitas, características de uma pianista.

Mas agora estavam cobertas de poeira e feridas de vários tamanhos, e as unhas estavam cheias de sujeira.

Ele ficou olhando para minhas mãos em silêncio, sem dizer uma palavra.

Aquela expressão sombria tornava impossível adivinhar o que ele estava pensando.

No entanto, depois de tudo o que eu havia feito com ele, eu sabia: ele devia pensar que, no final, eu acabaria assim.

Me encostei nos tijolos e tentei sorrir com naturalidade:

— George, você está satisfeito agora que me vê desse jeito?

George soltou uma risada seca e zombou:

— Você só fez trabalho braçal por um tempo e machucou as mãos. Acha mesmo que um castigo desses me deixaria satisfeito?

— Ah! — O encarei sem expressão. — Se esse castigo não te agrada,
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