Damon
Eu conhecia aquela contenção, era o sol dele pedindo passagem pela sombra. Ele tocou o rosto de Selene com o dorso dos dedos, um cuidado que sempre me irritou pelo tanto que me acende.
Ela virou o rosto e o beijo encontrou os lábios dele, do outro lado, numa doçura firme que só ela sabe. O tempo, por um segundo, parou. Não havia disputa. Não havia medição. Havia nós.
Ele aprofundou o beijo, mas não quebrou a cerimônia simples, a mão que segura, a respiração que cede, o peito que aceita. Eu encostei a testa no ombro de Selene e senti o coração dela tropeçar, aquele tropeço bom que avisa que ainda estamos vivos apesar da guerra.
— Dois minutos. — ela repetiu, sorrindo, quando a boca nos faltou de ar.
— Já gastamos um e meio. — brinquei, rouco.
— E foi o melhor meio da noite. — Damian devolveu, com um humor raro que selou o alívio.
Nos ajeitamos, a respiração em ordem. Eu passei a palma no corte recente do braço dela por cima do curativo.
— Como está?
— Arde, mas passa. — responde