Noah resistiu até onde pôde. Ficou no hospital mesmo quando a noite caiu e os corredores se esvaziaram. Sentou no saguão com uma prancheta de exames nas mãos só para continuar ali. Mas Sol, com o olhar firme de quem amava por duas, o encontrou antes que ele se escondesse de si mesmo.
— Vai pra casa, Noah. Só por uma noite.
Ele levantou os olhos.
— E se ela lembrar?
— Eu estarei aqui. André também. Reggie, Naomi, a equipe inteira. E se ela abrir os olhos e perguntar de você... eu vou dizer que você foi viver um pouco. Porque ela gostaria disso.
Noah hesitou. Estava exausto, mas também quebrado por dentro — e por algum motivo, acreditava que se estivesse ao lado dela quando ela lembrasse, tudo se encaixaria.
Mas havia algo nos olhos de Sol que não se discutia.
Ele respirou fundo.
— Tá bem.
Pegou as chaves. Deu um beijo leve na testa de Clara, que dormia. E saiu.
Ao chegar no apartamento, Noah sentiu um nó no peito.
Era como voltar ao lugar onde o tempo tinha parado.
O cheiro da tinta ai