Capítulo 67

A galeria estava diferente naquela noite.

As paredes, normalmente ocupadas por quadros e esculturas, agora tinham palavras.

Frases selecionadas do livro INTERVALO, impressas em papel artesanal e coladas como poesia em varal.

Cada trecho parecia respirar.

“Você chegou até aqui. Então já sabe: o amor sobreviveu.”

“Entre uma página e outra, ele ainda estava aqui.”

“Quando tudo parou, o tempo finalmente falou comigo.”

Clara entrou de mãos dadas com Noah.

Estava com um vestido claro, leve, sem muitos detalhes.

Mas o olhar brilhava com a mesma intensidade das lâmpadas penduradas no teto.

Gus organizara tudo.

Com a ajuda de Leo, Sol e até André — que, embora advogado, sabia empilhar livros como ninguém.

Havia pequenas mesas com velas baixas.

Cestas com exemplares do livro.

E no fundo, uma mesa de comidas simples e elegantes: bruschettas, frutas secas, queijos, pães quentes, vinho branco e hibisco gelado.

No canto da galeria, uma tela solitária: a espiral.

A original.

Clara foi até ela, tocou
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