As taças tilintavam em volta, risadas ecoavam entre os lustres brilhantes e a música preenchia cada canto do salão. Depois da dança com Gabriel, eu ainda sentia as pernas trêmulas, mas pela primeira vez em muito tempo, não era medo.
Era diferente. Era… perigoso de outra forma.
— Preciso de outra taça. — falei para Camile, que ria com dois rapazes em ternos bem cortados.
Ela acenou sem se virar.
— Vai lá, amiga. Mas volta logo, você ainda é minha desculpa pra não aceitar certas investidas.
Revirei os olhos, mas sorri de leve. Peguei uma taça da bandeja de um garçom que passava e virei de um gole. O champanhe gelado me ajudou a esfriar a cabeça, mas só por segundos.
— Nora. — A voz soou às minhas costas, áspera, grave, impossível de ignorar.
Virei devagar, encontrando o homem que mais me causava náusea, Marcos. Ele estava impecável no terno escuro, charuto entre os dedos, mas o olhar predador não precisava de disfarce.
— Achei que hoje não teria que lidar com você. — falei, tentando ma