Alis sentiu uma sombra passar rapidamente diante da janela do porão. Instintivamente, virou o rosto em direção à fresta quebrada. Estava tão escuro ali dentro que, por contraste, o exterior parecia quase claro. Piscou algumas vezes, tentando distinguir algo na penumbra. Mas não viu ninguém. Talvez tivesse sido só sua imaginação — ou talvez não. Ainda assim, afastou o pensamento e voltou a focar no que realmente importava: os sons que vinham lá de cima, da mansão.
Ela ouvia ruídos abafados — gritos, disparos, choros. Seu coração pulsava descompassado. Estava impaciente. O detetive Cartumis havia sido claro: “Saia do porão, fuja e vá para um lugar seguro.” Mas como poderia simplesmente fugir sabendo que Lucas e o bebê ainda estavam lá dentro, em meio ao caos? O pensamento era insuportável.
Alis respirou fundo e tomou sua decisão. Iria subir.
Empurrou devagar a porta do porão, que dava para um corredor estreito. De um lado, levava à cozinha; do outro, à sala de estar. A escuridão era den