O prédio antigo no centro da cidade tinha uma fachada restaurada, elegante, quase artística — como se escondesse segredos atrás de paredes de gesso e vidro fumê. Alex Cartumis subiu os degraus com passos firmes, mas o olhar atento. O número indicado por Lucas correspondia ao segundo andar. Ele não precisou bater. A porta já estava entreaberta.
Empurrou-a devagar, com a mão na coronha da arma. O interior do apartamento era moderno e minimalista, cheiro de perfume caro no ar. E ali, parada diante da varanda com vista para a cidade, estava ela.
Liz.
Ou Alis. Ou quem quer que ela estivesse fingindo ser naquele momento.
Alex estacou. A imagem dela o surpreendeu. Não era só a beleza física — e ela era belíssima —, mas a postura, o olhar seguro, os gestos calculados. Aquela mulher não parecia uma vítima. Parecia uma jogadora.
— Posso saber quem é você? — ela disse, virando-se lentamente, como se já soubesse quem era. — É sempre assim? Invasivo?
— Só quando necessário. Espero que a senhora nã