Três dias.
Três malditos dias desde que ela sumiu sem deixar um rastro.
Entro na casa e o silêncio me engole. O relógio da parede marca cada segundo como um martelo batendo na minha cabeça. O sofá ainda tem a marca da última vez que ela sentou ali, a almofada afundada, e eu me pego olhando para aquilo como um idiota, tentando entender como Manu teve coragem. Coragem de sair, de desaparecer… de quebrar o pacto sagrado que firmamos diante de Deus.
Respiro fundo e caminho pela sala, os passos ecoando no vazio. O cheiro dela ainda está impregnado nas paredes, no lençol da cama que agora parece fria demais. Abro o guarda-roupa só para ver se minhas suspeitas são reais: algumas roupas faltando, mas não todas. Esperta. Ela levou só o bastante para que eu acreditasse que está perto, que ainda vai voltar. Porque ela vai voltar.
Hoje de manhã fui até os vizinhos. Toquei campainhas, sorri como se nada tivesse acontecido. Perguntei se alguém tinha visto Manu nos últimos dias. Usei a desculpa perfe