1 mês depois...O barulho abafado do corredor da faculdade mal chega até mim, escondida naquele pequeno boxe do banheiro feminino. Sento-me no vaso, os joelhos apertados contra o peito, o corpo encolhido tentando conter o turbilhão que explode dentro de mim.Nas minhas mãos, o teste de gravidez. O objeto que carrega o peso de todas as últimas semanas, de todas as decisões que me escaparam das mãos.Foi um mês difícil — talvez o mais difícil da minha vida.Desde que meu pai começou a adoecer, tudo mudou. Aquele homem forte e teimoso que sempre foi meu porto seguro, meu chão, agora mal conseguia sair da cama. As noites viraram longas vigílias, entre remédios que não faziam efeito, consultas marcadas e um vazio crescente que só me consumia.Eu tentava ser forte, até onde dava. Mas o trabalho no bar, as aulas na faculdade e o cuidado com ele começaram a pesar demais.Naquela manhã, a bomba: fui demitida do bar. Eles precisavam de alguém que pudesse estar lá o dia todo, e eu não podia, não
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