A primeira coisa que sinto é o frio do lençol contra minha pele e o cheiro forte de desinfetante. Tento abrir os olhos, mas a claridade me corta como uma lâmina. Minha cabeça lateja, pesada, e cada movimento faz minha têmpora pulsar como se fosse explodir.
O coração dispara, porque não sei onde estou.
Minhas mãos tremem ao tatear o colchão duro sob mim, e quando finalmente consigo focar, percebo que não estou em casa.
Estou em um hospital.
O pânico me toma de assalto.
Será que Roger me trouxe?
Será que ele está aqui?
Minha respiração fica curta e sinto uma pressão no peito, como se o ar tivesse desaparecido do quarto. Tento me erguer, mas uma voz firme e calma me interrompe:
— Não, querida, não se mova agora. — Uma médica de jaleco azul segura meu braço suavemente, enquanto ajusta os aparelhos ao meu lado. — Você acordou, que bom. Consegue me ouvir bem?
Engulo em seco e aceno com a cabeça. Minha voz falha quando tento responder:
— S-sim.
Ela me observa com atenção, como se procurasse a