MELINA
Os dias se arrastaram como uma eternidade sem fim para mim, enquanto continuava acorrentada na pequena cabana que se escondia entre as árvores da floresta e as montanhas. Eu estava presa, a corrente envolvendo meu tornozelo como uma serpente gelada, impedindo qualquer tentativa de fuga minha.
Até mesmo pela imaginação.
A cada movimento brusco, o ferro machucava cada vez mais a minha pele, deixando feridas abertas que com certeza deixariam cicatrizes que contariam a história do meu cativeiro.
A janela de vidro à frente era o meu único consolo, pois por ela conseguia ver a floresta livre, os galhos dançando ao vento e os esquilos que vinham e iam como se zombassem de mim.
À noite, a lua surgia cheia e redonda, como se também estivesse aprisionada no céu, igual a mim.
Amarok agora era uma sombra do homem que conheci naquele dia na floresta. Ele não me olhava mais nos olhos e só entrava, deixava comida, me observava em silêncio e sumia na floresta.
Como se tentasse compensar que