MELINA
A primeira coisa que eu senti ao abrir meus olhos foi o calor, mas não o da febre, pois essa já havia cedido, era a quentura de algo mais confortável e macio.
Então percebi que era um cobertor pesado e quente que me envolvia. A lareira queimava calma no canto da cabana e, pela janela, a luz suave do amanhecer banhava o chão de madeira.
Pisquei, sentindo-me bastante confusa. Meu corpo ainda doía, porém não mais como antes.
Tirei o lençol e me sentei com um pouco de dificuldade na cama. O meu tornozelo latejava, porém notei que havia um curativo envolvido com cuidado e perfumado com ervas medicinais.
Virei a cabeça devagar para o lado, vendo que Amarok dormia sentado no chão, encostado na parede ao lado da cama. Sua cabeça estava tombada para o lado e os braços cruzados contra o peitoral, visivelmente exausto.
O observei por longos segundos em segredo, o meu coração apertado de raiva e algo mais perigoso que beirava a confusão, já que o mesmo homem que tinha me acorrentado como