MELINA
Cinco anos depois…
A brisa da floresta tinha cheiro de terra molhada e lar.
O entardecer filtrava os raios dourados por entre os galhos altos, tingindo tudo com tons de dourado. As folhas secas eram esmagadas sob meus pés descalços enquanto a risada contagiante de um pequeno ser de luz que corria entre as árvores da floresta me guiava como uma trilha de vida e alegria.
— Rael, cuidado para não se machucar — alertei, com a voz misturada entre um sorriso e repensão contida.
Ele não respondeu e apenas gargalhou, uma risada livre, sapeca e cheia de energia.
Meus olhos o acompanharam com ternura e admiração enquanto ele saltava sobre um tronco baixo caído e disparava floresta adentro. Seu cabelo escuro dançava ao vento e, por um instante, quando virou para trás para olhar para mim e para ter certeza de que eu ainda estava o seguindo, eu vi os olhos dele brilharem em vermelho.
Iguais aos olhos do pai dele.
Meu coração apertou com força, mas de um jeito bom, já que não havia palavras