Elara*
Eu não sabia o que se passava na mente dele. Cassian parecia petrificado, como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. Seus olhos fixos nas próprias mãos, que tremiam de forma quase imperceptível, denunciavam o turbilhão que o devorava por dentro. Sua garganta oscilava, sua respiração era irregular, e todo o corpo dele vibrava em tensão.
Meu coração se apertou. Eu queria tanto ter dito aquilo em um momento diferente, em paz, em calma. Mas não — foi arrancado de mim em meio ao caos, de forma brusca, cruel. E agora, eu o via despedaçado.
Lentamente, Cassian se ajoelhou. E quando enfim ergueu o rosto, seus olhos encontraram os meus.
Sem pensar, me aproximei e também me ajoelhei diante dele.
— Eu descobri uma semana depois de ir até Lucian. — comecei, a voz baixa, vacilante, como se as palavras carregassem ferro em brasa. — Eu tinha enjôos constantes, mas pensava que fosse pela tristeza... pelo buraco que tinha se aberto em meu peito. Até que sinais começaram a aparecer no meu