Elara*
Acordei sobressaltada, engasgada em meu próprio choro, sem saber se era dia ou noite. A cela úmida me consumia, a pedra fria enfiava-se em meus ossos, e o vazio em meu estômago me devorava como lâminas invisíveis. Não sabia se havia dormido horas ou minutos — o tempo já não existia, apenas a dor.
Antes que pudesse respirar fundo, portas de ferro rangeram, e a escuridão do corredor foi rasgada por passos firmes, pesados. Dois lupinos entraram sem aviso, seus olhos selvagens brilhando em crueldade. Em segundos, fui arrancada do chão como um saco de carne inútil, meu corpo sendo arrastado sem piedade.
— Lupina maldita! — um deles cuspiu em meu rosto, os dentes cerrados de ódio.
— Vai pagar pelo o que fez ao nosso alfa, vadia!
Tentei falar, negar, implorar… mas minha voz não existia. Era como se minha garganta tivesse sido selada pelos deuses, e tudo que restava era o desespero dentro dos meus olhos.
Me jogaram em outra cela, maior, menos escura, mas não havia conforto naquilo. Era