capítulo 51: Último adeus

Elara*

Meu corpo inteiro tremia, não apenas pelo frio cortante que me queimava a pele, mas pelo peso da cena diante de mim. A silhueta dele estava ali, imóvel, presa nos galhos, como uma estátua esquecida pelos deuses. O vento soprava, espalhando neve sobre seu corpo inerte, e cada rajada parecia enterrar ainda mais a esperança que eu tentava agarrar com unhas e dentes.

Castor não hesitou. Com passos firmes, buscou um caminho seguro pelo penhasco e desceu. Eu, no entanto, fiquei paralisada. Lúcia percebeu meu estado e se aproximou, colocando um casaco em meus ombros. Sua voz saiu baixa, como se temesse ferir ainda mais minha alma.

— Elara... Podemos tê-lo encontrado. Mas faz uma semana. — havia pena em cada sílaba.

— Você deve estar preparada. É... impossível que Cassian ainda esteja vivo. — sussurrou.

Mas eu não desviei os olhos. Não podia. Meu coração gritava em desespero, recusava-se a acreditar. Cassian não podia ter partido. Não assim.

Os minutos pareceram séculos até que Castor
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