Elara*
A dor na minha cabeça era insuportável, como se cada batida do meu coração fosse uma martelada de ferro contra o crânio. O frio do chão infiltrava-se pelos meus ossos, tornando impossível distinguir o que era tremor da febre ou do desespero. Meus olhos demoraram a se abrir, como se pesassem toneladas, e quando finalmente consegui, o mundo à minha volta me pareceu um pesadelo concreto.
Pedras escuras, paredes úmidas, o fedor de mofo e podridão enchendo minhas narinas. O ar era pesado, quase sólido, impregnado de ferro e sangue seco. Eu estava em uma prisão. Um calabouço esquecido, onde a própria esperança parecia ter sido enterrada.
Apoiei as mãos no chão gelado, o corpo ainda trêmulo, e a dor latejante na testa fez meus olhos lacrimejarem. Respirei fundo, tentando não entrar em pânico, mas a escuridão parecia se fechar ao meu redor como uma boca faminta.
— So... corro... — minha voz saiu como um sussurro quebrado. Tentei de novo, mais forte: — Socorro! SOCORRO!
O grito reverber