Elara*
O amanhecer chegou pesado. Eu ainda estava na biblioteca, deitada no chão frio, o corpo dolorido e exausto. Cassian dormia ao meu lado, a mão forte repousando possessiva em minha cintura, como se temesse que eu o deixasse. Bufei baixo, afastando sua mão com cuidado, e tratei de arrumar o vestido rasgado da noite anterior. Meu coração doía tanto quanto meu corpo.
Me levantei, indo até a porta em passos rápidos. Mas sua voz rouca me alcançou, preguiçosa e ao mesmo tempo carregada de algo perigoso:
— Agora é você quem foge?
Parei, sentindo seu olhar queimando minhas costas. Respirei fundo antes de virar.
— Não estou fugindo.
Cassian se levantou devagar. Nu. Meu estômago se revirou, e desviei os olhos enquanto ele se vestia.
— Não?
— Não, não estou. Até porque não tenho motivos. Estou apenas cumprindo com o que eu lhe disse antes. O que aconteceu ontem à noite não muda os fatos.
Ele começou a se aproximar, lento, cada passo medido, e senti meu corpo endurecer.
— Não consigo prestar