Cassian*
A neve caía pesada do lado de fora, cobrindo tudo com um silêncio quase sepulcral. A floresta parecia morta, sufocada pelo branco, como se o próprio mundo tivesse congelado junto comigo. Apoiei as mãos sobre a mureta do posto de vigia, inspirando fundo o ar gelado. Não havia sinais de invasores, nenhum movimento suspeito… mas ainda assim, algo dentro de mim gritava que algo estava errado.
Meus olhos ardiam de tanto encarar o nada, e meu peito pesava com aquela sensação incômoda que eu não conseguia afastar.
— Não tem nada lá, Cass — a voz de Lúcia me tirou dos pensamentos. Ela surgiu ao meu lado, o rosto ruborizado pelo frio.
— Ainda assim, é preciso estar aqui. — minha voz saiu seca, mais firme do que eu realmente me sentia.
Ela olhou em volta, como se também quisesse acreditar que eu estava apenas sendo paranoico.
— Eu e Castor vamos até o acampamento — disse após alguns segundos, arqueando a sobrancelha. — Quer dizer… eu me convidei para ir.
Virei o rosto lentamente em sua