A tempestade caía cada vez mais forte lá fora, e parecia que os trovões queriam se intrometer no que estava prestes a acontecer. O som das gotas batendo contra as janelas misturava-se ao compasso acelerado do meu coração. Nós ainda estávamos perigosamente próximos, o ar carregado de raiva e desejo. Engoli em seco, tentando manter a postura.
— Nada que você diga vai me fazer mudar de ideia sobre o que eu vi. — minha voz saiu firme, mas dentro de mim tudo estava em frangalhos.
Cassian não desviou o olhar, seus olhos queimavam, o maxilar travado.
— Você viu algo que não aconteceu.
Dei uma risada curta, amarga.
— Ah é? Não aconteceu? Você acha que eu sou idiota?! Eu vi! Você grudado com ela, ela... nua, você também! — minha voz tremeu, mas continuei. — Pare de subestimar a minha inteligência.
Ele cerrou os dentes, a respiração pesada, o corpo cada vez mais perto do meu. Dei alguns passos para trás, até sentir a madeira fria da mesa pressionando minhas costas. Encurralada. O espaço ao meu