Elara*
Eu simplesmente não conseguia acreditar. A cena se gravara em minha mente com a crueldade de uma lâmina: os dois, nus, entrelaçados como se fossem um só. Tudo o que Calie havia insinuado, tudo o que eu temera, estava diante dos meus olhos. Não havia como negar.
Meu coração, tolo e esperançoso, ainda quis se enganar por um segundo. Ainda quis acreditar que eu tinha visto errado. Mas não. Era real. Cruelmente real.
Um sorriso amargo escapou, rígido, doloroso, apenas para disfarçar o nó em minha garganta. Era um sorriso que não tinha nada de felicidade. A vontade de chorar queimava atrás dos meus olhos, mas não deixei que nenhuma lágrima se atrevesse a cair.
— Então aí está. — minha voz saiu trêmula, mas firme.
— Elara, não... — ele começou, mas não quis ouvir.
Não importava o que Cassian tivesse a dizer. Não importava o que ele tentasse justificar. Eu já tinha visto. A verdade estava estampada bem diante de mim.
Virei-me de costas, e corri. Os corredores da casa Midas se tornaram