Elara*
Os dias que se seguiram foram como uma nuvem cinzenta se arrastando sobre minha cabeça. Não havia cor, nem vida. Cada amanhecer parecia uma repetição interminável da mesma dor: estar acasalada com Cassian e, ainda assim, viver distante dele.
À noite, eu me deitava na cama do quarto que havia escolhido só para mim, e o silêncio se tornava ensurdecedor. A ausência dele era quase uma presença — sufocava, queimava. Eu sentia a pele implorar pelo toque que eu recusava, o corpo implorando pela proximidade que eu mesma negava. Mas eu estava decidida: não cederia. Não me entregaria novamente. E Cassian, em sua teimosia silenciosa, aceitou o abismo que se formava entre nós.
Alguns aliados haviam enviado reforços, tentando trazer segurança depois do ataque de Beron. Isso dava um certo alívio à Casa Midas, mas o medo ainda rondava como uma sombra constante.
Naquela manhã, enquanto cuidava de uma criança ferida, senti a atmosfera mudar antes mesmo de ouvi-la. Calie. O som leve de seus pass