Lúcia*
O som das conversas e risadas dos lupinos ainda reverberava pelo salão. Todos pareciam tão poderosos, tão imponentes. E eu? Eu só conseguia me sentir pequena, desconfortável naquele vestido justo que mal sabia usar. O tecido me prendia, como se gritasse que eu não pertencia àquele mundo.
Segui pelos corredores, deixando o barulho para trás, até que o jardim se abriu diante de mim. Respirei fundo, buscando ar puro, e então o vi. Ele realmente tinha vindo.
Castor.
De preto, cabelos bagunçados, postura tensa contra a parede. Uma taça de vinho em mãos. A luz da lua o cortava em linhas fortes, deixando-o ainda mais impossível de ignorar. Meu coração bateu forte. Caminhei devagar até ele.
— Então você veio. — ele se sobressaltou, me encarando de relance.
— Resolvi dar uma passada.
— Fico feliz. — tentei sorrir, mas ele desviou os olhos e tomou mais um gole.
Aproximei-me um pouco mais.
— Até quando vai ficar estranho comigo?
— Eu não estou estranho com ninguém, Lúcia.
— Ah, é? E por q